17/01/2018

Tudo em Vão - Alvina Nunes Tzovenos





Galopei pelos sonhos da noite e lá
enchi de ilusões trigais
todas as minhas taças
de compreensão, doação
mas depois
esfacelando-me como cristais
viu seu pó dissolver-se ao vento
sem indagações nem respostas.
Voltei só
com o peito apertado
como se volta de uma guerra
sem vitórias, sem medalhas.

Recompus-me só
como ave ferida.
Ergui meus gastos pedestais
sorvi o beijo das auroras claras
e lancei-me aos horizontes verdes
convidativo às caminhadas.

E continuei novamente
a sorrir dentro da noite.



Alvina Nunes Tzovenos
In: Palavras ao Tempo




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