26/02/2022

Poema - Talvez não saibas - Kátia Guerreiro




Talvez não saibas
Mas dormes nos meus dedos
De onde fazem ninhos as andorinhas
E crescem frutos ruivos e há segredos
Das mais pequenas coisas que são minhas

Talvez tu não conheças, mas existe
Um bosque de folhagem permanente
Aonde não te encontro e fico triste
Mas só de te buscar fico contente

Ao meu amor quem sabe se tu sabes
Sequer, se em ti existe, ou só demora
Ou são como as palavras essas aves
Que cantam o teu nome e a toda a hora

Talvez não saibas, mas digo que te amo
A construir o mar em nossa casa
Que é por ti que pergunto e por ti chamo
Se a noite estende em mim a sua asa

Talvez não compreendas, mas o vento
Anda a espalhar em ti os meus recados
E que há por do sol no pensamento
Quando os dias são azuis e perfumados

Oh meu amor quem sabe se tu sabes
Sequer, se em ti existe, ou só demora
Ou são como as palavras essas aves
Que cantam o teu nome e a toda a hora


Kátia Guerreiro





19/02/2022

Maria - Poesia de Gilberto Teles





Maria, há tanta Maria
cantando na minha vida.
Maria cheia de graça,
Maria cheia de vida.

Andei mundo, rodei terra,
cruzei os mares que havia
e, em cada canto da terra,
o amor eu tive, Maria.

Na vida que Deus me deu,
deu-me tudo o que eu queria:
deu-me esperança e me deu
o amor que eu sempre amaria.

Eis por que sempre há Maria
mariando na minha vida.
Maria cheia de graça,
Maria cheia de vida.


Gilberto Mendonça Teles



12/02/2022

Poema Amor Vivo - Antero de Quental





Amar! Mas
d um amor que tenha vida...
Não sejam sempre tímidos harpejos,
Não sejam só delírios e desejos
D uma doida cabeça escandecida...

Amor que viva e brilhe! Luz fundida
Que penetre o meu ser - e não só beijos
Dados no ar - delírios e desejos -
Mas amor...dos amores que tem vida...

Sim, vivo e quente! E já a luz do dia
Não virá dissipá-lo nos meus braços
Como névoa da vaga fantasia...

Nem murchará do sol a chama erguida ...
Pois que podem os astros dos espaços
Contra uns débeis amores... se têm vida ?

Antero de Quental




05/02/2022

Oração Celta – Que eu tenha hoje




Que eu tenha hoje, e a cada dia
A força dos céus
A luz do sol
O brilho da lua
O resplendor do fogo
A agilidade do vento
A profundidade do mar
A estabilidade da terra
E a firmeza da rocha.


Texto extraído do livro “Ecos Eternos” de John O’Donohue



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