20/01/2018

Saudade - Poema de Francisco Fernando da Costa Andrade




Saudade é mar sem fim de águas serenas
onde voga o escaler do pensamento,
trazendo causas para novas penas,
a quem já vive em negro desalento...

Saudade é véu que tímidas falenas
queimam, na noite atroz do isolamento,
para o ébrio de luz banhar-se apenas
na tepidez dos risos de um momento...

Saudade é espelho da alma, onde, piedosa,
a lembrança reflecte, em negro, ou rosa,
as imagens que, longe, vão ficando.

É um relógio perdido e retardado
- Mas, quem não sente que ele vai marcando
os diversos minutos do passado?

Francisco Fernando da Costa Andrade

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