20/01/2018

Prelúdio - Poema de David Mourão-Ferreira





Tudo principiava
pela cúmplice neblina
que vinha perfumada
de lenha e tangerinas
Só depois se rasgava
a primeira cortina
E dispersa e dourada
no palco das vitrinas
a festa começava
entre odor a resina
e gosto a noz-moscada
e vozes femininas
A cidade ficava
sob a luz vespertina
pelas montras cercada
de paisagens alpinas


David Mourão-Ferreira



1 comentário:

  1. Hermosas sensaciones y aromas a través de la niebla que entra por la ventana, Maria. Muy lindo y original este poema. Un abrazo.

    ResponderEliminar

Topo