13/01/2018

Metamorfose - Alberto da Cunha Melo





As borboletas são as flores
que, enfim, conseguiram voar,
mas vivem a rondar as plantas
como quem ronda o antigo lar;


há sempre, pelo ar, um jardim
de rosa múltipla e jasmim,


e há, talvez, a vontade enorme
em tudo de perder seu peso,
ter a leveza de quem dorme,


ser a lembrança no abandono,
ou luz de estrela se apagando.


Alberto da Cunha Melo, In “Dois caminhos e uma oração”


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