23/03/2019

O Meu Olhar Azul como o Céu - Poema de Alberto Caeiro





O meu olhar azul como o céu
É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,
Porque não interroga nem se espanta ...
Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo...
(Mesmo se nascessem flores novas no prado
E se o sol mudasse para mais belo,
Eu sentiria menos flores no prado
E achava mais feio o sol ...
Porque tudo é como é e assim é que é,
E eu aceito, e nem agradeço,
Para não parecer que penso nisso...)



Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXIII"
Heterónimo de Fernando Pessoa


2 comentários:

  1. Belo poema. Amo o azul da natureza e do mar.
    Bom final de semana!

    Jovem Jornalista
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    Até mais, Emerson Garcia

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  2. Tan azul como el cielo y tus ojos, en estos bellos versos.
    Abrazo

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