Trompas do sol, borés do mar, tubas da mata,
Esfalfai-vos, rugindo, - e emudecei... Apenas,
Agora, trilem no ar, como em cristal e prata,
Rústicos tamborins e pastoris avenas.
Trescala o campo, e incensa o ocaso, numa oblata.
- Surgem da Idade de Ouro, em paisagens serenas,
Os deuses; Eros sonha; e, acordando à sonata,
Bailam rindo as sutis alípedes Camenas.
Depois, na sombra, à voz das cornamusas graves,
Termina a pastoral num lento epitalâmio...
Cala-se o vento... Expira a surdina das aves...
E a terra, noiva, a ansiar, no desejo que a enleva,
Cora e desmaia, ao seio aconchegando o flâmeo,
Entre o pudor da tarde e a tentação da treva.
Olavo Bilac
In ‘Tarde’ (1919)
Esfalfai-vos, rugindo, - e emudecei... Apenas,
Agora, trilem no ar, como em cristal e prata,
Rústicos tamborins e pastoris avenas.
Trescala o campo, e incensa o ocaso, numa oblata.
- Surgem da Idade de Ouro, em paisagens serenas,
Os deuses; Eros sonha; e, acordando à sonata,
Bailam rindo as sutis alípedes Camenas.
Depois, na sombra, à voz das cornamusas graves,
Termina a pastoral num lento epitalâmio...
Cala-se o vento... Expira a surdina das aves...
E a terra, noiva, a ansiar, no desejo que a enleva,
Cora e desmaia, ao seio aconchegando o flâmeo,
Entre o pudor da tarde e a tentação da treva.
Olavo Bilac
In ‘Tarde’ (1919)
Olá, querida amiga Maria!
ResponderEliminarO crepúsculo nos inspira a toda exaltação a que os poetas fazem jus.
Muito linda a escolha.
Tenha um final de semana abençoado!
Beijinhos com carinho fraterno
Tem de ser lido com dicionário ao lado.
ResponderEliminar*
Regressei ao blogue. Feliz fim de semana.
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Ilusões e Poesia
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Toda a beleza crepuscular num incêndio de palavras que retratam o painel. Só um grande poeta e tão bem escolhido !
ResponderEliminarObrigada pelas suas palavras e parabéns!