A luz desmaia num fulgor d'aurora,
Diz-nos adeus religiosamente...
E eu, que não creio em nada, sou mais crente
Do que em menina, um dia, o fui... outrora...
Não sei o que em mim ri, o que em mim chora
Tenho bênçãos d'amor pra toda a gente!
Como eu sou pequenina e tão dolente
No amargo infinito desta hora!
Horas tristes que são o meu rosário...
Ó minha cruz de tão pesado lenho!
Meu áspero e intérmino Calvário!
E a esta hora tudo em mim revive:
Saudades de saudades que não tenho...
Sonhos que são os sonhos dos que eu tive...
Florbela Espanca
"Livro de Sóror Saudade"
Diz-nos adeus religiosamente...
E eu, que não creio em nada, sou mais crente
Do que em menina, um dia, o fui... outrora...
Não sei o que em mim ri, o que em mim chora
Tenho bênçãos d'amor pra toda a gente!
Como eu sou pequenina e tão dolente
No amargo infinito desta hora!
Horas tristes que são o meu rosário...
Ó minha cruz de tão pesado lenho!
Meu áspero e intérmino Calvário!
E a esta hora tudo em mim revive:
Saudades de saudades que não tenho...
Sonhos que são os sonhos dos que eu tive...
Florbela Espanca
"Livro de Sóror Saudade"
A Minha Poetisa preferida!!
ResponderEliminar.
Quando um gesto de carinho surpreende...
.
Beijos. Boa noite.
Olá Maria!
ResponderEliminarLinda e delicada poesia!
Reflexos de uma alma que não envelhece.
Tenha uma semana repleta de luz
Abraços Loiva
Olá Maria.
ResponderEliminarGosto de Florbela Espanca, aliás já escrevi isso.
Alguns textos eu me sinto tão ela.
É como escrever a vida com as mãos de outra pessoa
No caso ela.
Boa noite pra você.
Beijo!
As ilustrações são maravilhosas e o poema de Florbela foi muito bem escolhido.
ResponderEliminarMena