19/11/2021

Fados Contrários - Castro Alves




Diz à flor a borboleta:

“Vamos, irmã, tudo é luz!
Há muito prisma doirado
Que pelos ares transluz…
Tuas pétalas são asas,
Das nuvens nas tênues gazas,
D’aurora nos seios nus
Tens um ninho entre perfumes…
Vamos boiar, entre os lumes
Desses páramos azuis’”

A linda fada dos ares
Responde a silvestre flor:

“Eu amo o gemer das auras
E o beijo do beija-flor…
Se és do céu a violeta,
Sou da terra a borboleta...
Sigo um destino menor.
Buscas o céu – eu a alfombra,
Queres a luz – eu quero a sombra,
Pedes glória – eu peço amor...”

Castro Alves
Em “Poesias Completas”



8 comentários:

  1. É um poema muito belo que gostei de ler, nesta alvorada de um dia frio de Novembro...

    E viva a Poesia. Beijinhos
    ~~~~

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  2. Hermoso y bello poema de Castro Alves.
    Un abrazo y buen fin de semana.

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  3. Fantástico poema. Obrigada pela partilha!:)
    -
    Não tema... Qualquer tempestade que enfrente ...
    -
    Beijo e um excelente fim de semana :)

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  4. Muy hermosa y tierna esta poesía, Maria. Gracias por compartirla. Un abrazo.

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  5. Precioso poema María!

    Un abrazo

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  6. Simplicidade e beleza nunca estiveram tao perto!
    Maravilhoso
    Beijinho, Maria

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  7. Boa tarde de sábado, querida amiga Maria!
    Lindo e suave poema de extrema sensibilidade do poeta Castro Alves.
    Tenha um final de semana abençoado!
    Beijinhos carinhosos e fraternos

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  8. Todos tenemos anhelos sin dudas...quien tiene amor , posee todo lo demas.

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