29/03/2025

Beija-flores - Poema de Alberto de Oliveira





Os beija-flores, em festa,
Com o sol, com a luz, com os rumores,
Saem da verde floresta,
Como um punhado de flores.

E abrindo as asas formosas,
As asas aurifulgentes,
Feitas de opalas ardentes
Com coloridos de rosas,

Os beija-flores, em bando,
Boêmios enfeitiçados,
Vão como beijos voando
Por sobre os virentes prados;

Sobem às altas colinas,
Descem aos vales formosos,
E espraiam-se após ruidosos
Pela extensão das campinas.

Depois, sussurrando a flux
Dos cactos ensanguentados,
Bailam nos prismas da luz,
De solto pólen dourados.

Ah! como a orquídea estremece
Ao ver que um deles, mais vivo,
Até seu gérmen lascivo
Mergulha, interna-se, desce...

E não haver uma rosa
De tantas, uma açucena,
Uma violeta piedosa,
Que quando a morte sem pena

Um destes seres fulmina,
Abra-se em férvido enleio,
Como a alma de uma menina,
Para guardá-lo no seio!


Alberto de Oliveira
Publicado no livro Meridionais 




4 comentários:

  1. Olá, querida amiga Maria!
    Os colibris são lidos e fazem poesia na natureza.
    O poema é muito belo.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos fraternos

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  2. Excelso Poema. Os beija flor são um braçado de Amor.
    Amei. Grato pela partilha,


    Beijo,
    SOL da Esteva

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  3. Bello poema, me encantan los colibries , en mi zona hay y quizás llegan a mi jardín...aunque nunca le he visto en el mio pero si en otros lugares.
    Un abrazo.

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  4. Um poema muito bonito. Parabéns pela escolha!
    .
    Janela do tempo...
    Beijos
    Bom fim de semana!

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