Amanhã! — é o sol que desponta,
É a aurora de róseo fulgor,
É a pomba que passa e que
estampa
Leve sombra de um lago na flor.
Amanhã! — é a folha orvalhada,
É a rola a carpir-se de dor,
É da brisa o suspiro, — é das
aves
Ledo canto, — é da fonte — o
frescor.
Amanhã! — são acasos da sorte;
O queixume, o prazer, o amor,
O triunfo que a vida nos doura,
Ou a morte de baço palor.
Amanhã! — é o vento que ruge,
A procela d'horrendo fragor,
É a vida no peito mirrada,
Mal soltando um alento de dor.
Amanhã! — é a folha pendida.
É a fonte sem meigo frescor,
São as aves sem canto, são
bosques
Já sem folhas, e o sol sem
calor.
Amanhã! — são acasos da sorte!
É a vida no seu amargor,
Amanhã! — o triunfo, ou a
morte;
Amanhã! — o prazer, ou a dor!
Amanhã! — o que val', se hoje
existes!
Folga e ri de prazer e de amor;
Hoje o dia nos cabe e nos toca,
De amanhã Deus somente é
Senhor!
Gonçalves Dias
Amanhã, poema cor de romã
ResponderEliminarQue aqui vim conhecer
Porque lê-lo no amanhã
Se o posso ler hoje?
......................
Claro que o poema é fascinante
Cuide-se ... Proteja-se
Boa noite de esperança, querida amiga Maria!
ResponderEliminarAmanhã, estaremos livres deste pesadelo atual e veremos flores espalhadas por todo canto do mundo.
Gosto muito de Gonçalves Dias.
Tenha uma noite abençoada!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem
Uma escolha fantástica!!
ResponderEliminar-
O que diz o meu olhar
Beijos e uma excelente semana.
Amiga Maria, soy Juan de unjardinsostenible veo que tienes varios blogs, los iré viendo con tranquilidad, he entrado en este de poemas porque hace muy poco he creado un blog nuevo de Frases y pequeños poemas se llama retazosmios.com por si estás interesada en visitar, aunque no soy de letras sino de ciencias de un tiempo a esta parte me entró el gusanillo de la poesía y hago algún que otro pinito. Me quedo también por aquí si no tienes ningún inconveniente. Me gusta lo leído. Entraré también para leer con calma.
ResponderEliminarUn fuerte abrazo