12/09/2024

O Tempo - Bernardina Vilar




Indomável, invencível, arrogante
Como um rio a correr vertiginoso
Não te condóis nem mesmo por instante
Aos clamores de um coração choroso.

Passageiro do mundo, incessante,
Num desafio bruto, desdenhoso,
Vais rasgando num gesto delirante
As entranhas da vida, impetuoso.

Conduzindo aos abismos do passado
Tudo quanto te surge no caminho,
Ó Tempo, não conheces a piedade!

Nada te faz parar. No triste fado
De não retroceder, seguir sozinho,
Só quem te faz deter é a Saudade.


Bernardina Vilar



4 comentários:

  1. Olá, querida amiga Maria!
    Realmente a saudade para o tempo...
    Ele não se deixa parar por mais nada.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  2. A saudade... essa palavra tão enraizada no ser humano. Soneto muito bonito que amei ler.
    Cumprimentos poéticos

    ResponderEliminar
  3. Nadie puede manejar el tiempo, estamos a su ,merced...abrazo

    ResponderEliminar
  4. O tempo é impiedoso e leva tudo como um tufão.
    Belo soneto neste tempo de uma dura saudade.
    Bela partilha Maria.
    Bjs

    ResponderEliminar

Topo