25/08/2024

Gaivota - Alexandre O'Neill





Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
morreria no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.


Alexandre O’Neill




6 comentários:

  1. É um texto muito bonito, que também serviu de inspiração a uma composição musical.
    Abraço de amizade.
    Juvenal Nunes

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  2. Bom domingo de Paz, querida amiga Maria!
    "Esse olhar que era só teu,
    amor que foste o primeiro."
    Muito gracioso o poema da vez.
    Uma gaivota fala com leveza so coração.
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos

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  3. Beautiful text! I also love seagulls and the sea. Have a good new week!

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  4. En la mano que palpita el amor perfecto...donde es y habita Dios...Abrazo

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  5. Bom dia, linda partilha poética. Grata. Bjssss Norma
    http://pensandoemfamilia.com.br

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  6. Boa tarde, Maria
    Lindo poema e imagem, um forte abraço.

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