O vento passa a
rir, torna a passar, 
Em gargalhadas
ásperas de demente; 
E esta minh’alma
trágica e doente 
Não sabe se há-de
rir, se há-de chorar! 
Vento de voz
tristonha, voz plangente, 
Vento que ris de
mim sempre a troçar, 
Vento que ris do
mundo e do amor, 
A tua voz tortura
toda a gente! ... 
Vale-te mais
chorar, meu pobre amigo! 
Desabafa essa dor
a sós comigo, 
E não rias assim !
... Ó vento, chora! 
Que eu bem
conheço, amigo, esse fadário 
Do nosso peito ser
como um Calvário, 
e a gente andar a
rir pla vida fora!! ... 


