21/12/2025

4 Canto de Natal - Poema de Manuel Bandeira





O nosso menino
Nasceu em Belém.
Nasceu tão-somente
Para querer bem.

Nasceu sobre as palhas
O nosso menino.
Mas a mãe sabia
Que ele era divino.

Vem para sofrer
A morte na cruz,
O nosso menino.
Seu nome é Jesus.

Por nós ele aceita
O humano destino:
Louvemos a glória
De Jesus menino.


Manuel Bandeira




18/12/2025

6 Participação no 5º Encontro Temático do BLOG do JUVENAL NUNES




Aceitando com muito prazer, o convite do amigo Juvenal Nunes do Blogue “Palavras Aladas”, deixo a minha participação no 5º Encontro Temático, com o tema "Poema de Natal".




O Natal é …

Tempo de estender a mão
De perdoar e partilhar
Tempo de abrir o coração
e sementes de amor plantar

Tempo de a paz desejar
De silenciar a nossa dor
De qualquer conflito trocar
Por gestos cheios de amor

Tempo de fé e de esperança
De luz a brilhar no coração
E de em fraterna aliança
Viver em paz e união

Tempo sagrado e divino
Em que Brilha uma luz celestial
Nasceu o Amor feito Menino
É esta a magia do Natal


Boas Festas ✨🎄para TODOS






15/12/2025

1 Natal de quem? Poema de João Coelho dos Santos





Mulheres atarefadas
Tratam do bacalhau,
Do perú, das rabanadas.

-- Não esqueças o colorau,
O azeite e o bolo-rei!

- Está bem, eu sei!

- E as garrafas de vinho?

- Já vão a caminho!

- Oh mãe, estou pr'a ver
Que prendas vou ter.
Que prendas terei?

- Não sei, não sei...

Num qualquer lado,
Esquecido, abandonado,
O Deus-Menino
Murmura baixinho:

- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?

Senta-se a família
À volta da mesa.
Não há sinal da cruz,
Nem oração ou reza.
Tilintam copos e talheres.
Crianças, homens e mulheres
Em eufórico ambiente.
Lá fora tão frio,
Cá dentro tão quente!

Algures esquecido,
Ouve-se Jesus dorido:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?

Rasgam-se embrulhos,
Admiram-se as prendas,
Aumentam os barulhos
Com mais oferendas.
Amontoam-se sacos e papeis
Sem regras nem leis.
E Cristo Menino
A fazer beicinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?

O sono está a chegar.
Tantos restos por mesa e chão!
Cada um vai transportar
Bem estar no coração.
A noite vai terminar
E o Menino, quase a chorar:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Foi a festa do Meu Natal
E, do princípio ao fim,
Quem se lembrou de Mim?
Não tive teto nem afeto!

Em tudo, tudo, eu medito
E pergunto no fechar da luz:

- Foi este o Natal de Jesus?!!!


João Coelho dos Santos, in Lágrima do Mar – 1996



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