A minha canção é verde
Sempre de verde a cantei!
De verde cantei ao povo
E fui de verde vestido
Cantar à mesa do Rei!
Porque foi verde o meu canto?
Porque foi verde?
-- Não sei...
Verde, verde, verde, verde,
Verde, verde, em vão cantei!
-- Lindo moço! disse o Povo.
-- Verde moço! disse El-rei.
Porque me chamaram verde?
Porque foi? Porquê?
-- Não sei...
Tive um amor -- Triste sina!
Amar é perder alguém...
Desde então ficou mais verde
Tudo em mim: a voz, o olhar,
Cada passo, cada beijo...
E o meu coração também!
Coração! porque és tão verde?
Porque és verde assim também?
Deu-me a vida, além do luto,
Amor à margem da lei...
Amigos são inimigos!
-- Paga-me!, gritaram todos.
Só eu de verde fiquei.
Porque fiquei eu de verde?
Porque foi isto?
-- Não sei...
A minha canção é verde
-- Canção à margem da lei...
Verde, ingénua, verde e moça,
Como a voz desta canção
Que, por meu mal vos cantei...
A minha canção é verde,
Verde, verde, verde, verde...
Mas... porque é verde?
--
Não sei...
Pedro Homem de
Melo
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