A mansidão eu amo e sempre que entro
pelos ermos umbrais da escuridão
abro os olhos para enchê-los
da doçura dessa paz.
A mansidão eu amo sobre todas
as coisas deste mundo.
Na quietude das coisas eu descubro
um canto enorme e mudo.
E quando elevo os olhos para o céu
no estremecer das nuvens eu encontro,
na ave que cruza o espaço e até no vento
a doçura que flui da mansidão.
Pablo Neruda,
in "Cadernos de Temuco"
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