Um pouco d’água só, e, ao fundo, areia ou lama.
Um pouco d’água em que, no entanto, se retrata
O pássaro que o voo aos ares arrebata,
E o rubro e infindo céu do crepúsculo em chama.
Água que se transmuta em reluzente prata,
Quando, do bosque em flor, que as brisas embalsama,
A lua, como uma áurea e finíssima trama,
Pelos ombros da Noite a sua luz desata.
Poeta, como esse lago adormecido e mudo,
Onde não há, sequer, um frêmito de vida,
Onde tudo é ilusório e passageiro é tudo,
Existem, sobre um fundo, ou de lama ou de areia,
Almas em que tu vês apenas refletida
A tua alma, onde o sonho astros de oiro semeia.
Júlia Cortines
de Vibrações – 1905
Um pouco d’água em que, no entanto, se retrata
O pássaro que o voo aos ares arrebata,
E o rubro e infindo céu do crepúsculo em chama.
Água que se transmuta em reluzente prata,
Quando, do bosque em flor, que as brisas embalsama,
A lua, como uma áurea e finíssima trama,
Pelos ombros da Noite a sua luz desata.
Poeta, como esse lago adormecido e mudo,
Onde não há, sequer, um frêmito de vida,
Onde tudo é ilusório e passageiro é tudo,
Existem, sobre um fundo, ou de lama ou de areia,
Almas em que tu vês apenas refletida
A tua alma, onde o sonho astros de oiro semeia.
Júlia Cortines
de Vibrações – 1905
Desde luego sus versos no están silenciosos María. Un precioso poema. Gracias por compartirlo. Un abrazo
ResponderEliminarSoneto de excelência. O sentimento do Poeta é notável.
ResponderEliminarParabéns, Maria e obrigado pela escolha e partilha.
Beijo,
SOL da Esteva
Querida Maria,
ResponderEliminarSeu poema é um lago de luz,
onde a noite se torna um tecido macio
e a alma se reflete em sonhos.
Com toda a minha admiração poética
Que alegria ler você.
Beijos
Veronique
Precioso poema.
ResponderEliminarUn abrazo
En lo aparentemente efímero se obtiene una bendición...Abrazos.
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