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16/10/2021

À hora em que os cisnes cantam







Nem palavras de adeus, nem gestos de abandono.
Nenhuma explicação. Silêncio. Morte. Ausência.
O ópio do luar banhando os meus olhos de sono...
Benevolência. Inconsequência. Inexistência.

Paz dos que não têm fé, nem carinho, nem dono...
Todo o perdão divino e a divina clemência!
Oiro que cai dos céus pelos frios do outono...
Esmola que faz bem... - nem gestos, nem violência...

Nem palavras.Nem choro. A mudez. Pensativas
abstrações. Vão temor de saber. Lento, lento
volver de olhos, em torno, augurais e espectrais...

Todas as negações. Todas as negativas.
Ódio? Amor? Ele? Tu? Sim? Não? Riso? Lamento?
- Nenhum mais. Ninguém mais. Nada mais. Nunca mais...


Cecília Meireles
In 'Nunca Mais e Poema dos Poemas'1923





6 comentários:

  1. Ha sido muy grato pasar por estas metáforas compartidas, Maria. Un abrazo grande.

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  2. Se dice que cuando canta un cisne es que va a morir...no se
    pero eso parece contar la poeta...
    depende del sentir y del esperar y la fe , la muerte será solo una dulce espera del amor eterno...

    Besos.

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  3. Um belo poema. Obrigada pela partilha! :))

    -
    Traçando os caminhos sombrios
    -
    Beijos, e excelente fim de semana.

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  4. Cecilia exorcizando seus momentos e angustias em poesia sempre nos encanta.
    Uma escolha bonita Maria para sua série.
    Gosto do poetizar da Cecília.
    Bonita partilha.
    Beijo amiga.

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  5. Como escreveu seu amigo Toninho, assim eu penso.
    Gosto do poetizar de Cecília Meirelles, são seus momentos sejam eles de flores, amores, angústia e dores.
    Bom final de semana.
    Beijo

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