Guia-me a só a razão.
Não me deram mais guia.
Alumia-me em vão?
Só ela me alumia.
Tivesse quem criou
O mundo desejado
Que eu fosse outro que sou,
Ter-me-ia outro criado.
Deu-me olhos para ver.
Olho, vejo, acredito.
Como ousarei dizer:
"Cego, fora eu bendito"?
Como olhar, a razão
Deus me deu, para ver
Para além da visão
Olhar de conhecer.
Se ver é enganar-me,
Pensar um descaminho,
Não sei. Deus os quis dar-me
Por verdade e caminho.
Fernando Pessoa
in Cancioneiro
Não me deram mais guia.
Alumia-me em vão?
Só ela me alumia.
Tivesse quem criou
O mundo desejado
Que eu fosse outro que sou,
Ter-me-ia outro criado.
Deu-me olhos para ver.
Olho, vejo, acredito.
Como ousarei dizer:
"Cego, fora eu bendito"?
Como olhar, a razão
Deus me deu, para ver
Para além da visão
Olhar de conhecer.
Se ver é enganar-me,
Pensar um descaminho,
Não sei. Deus os quis dar-me
Por verdade e caminho.
Fernando Pessoa
in Cancioneiro
Querida amiga Maria, gostei do poema que não conhecia.
ResponderEliminar"Para além da visão
Olhar de conhecer."
Muito necessário ter uma visão assim.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos fraternos de paz e bem
Gracias, María. Siempre debemos tener el corazón alegre. El cancionero es precioso.
ResponderEliminarUn abrazo.
Mónica
Los pensamientos de quien ha vivido la vida, sin dudar.
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