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06/02/2024

O Mar agita-se como um alucinado - Alberto de Oliveira





O Mar agita-se, como um alucinado:
A sua espuma aflui, baba da sua Dor…
Posto o escafandro, com um passo cadenciado,
Desce ao fundo do Oceano algum mergulhador.

Dá-lhe um aspecto estranho a campânula imensa:
Lembra um bizarro Deus de algum pagode indiano:
Na cólera do Mar, pesa a sua Indiferença
Que o torna superior, e faz mesquinho o Oceano!

E em vão as ondas se lhe enroscam à cabeça:
Ele desce orgulhoso, impassível, sem pressa,
Com suprema altivez, com ironias calmas:

Assim devemos nós, Poetas, no Mundo entrar,
Sem nos deixarmos absorver por esse Mar
— Pois a Arte é, para nós, o escafandro das Almas!


Alberto de Oliveira




7 comentários:

  1. Olá, querida amiga Maria!
    Nosso eu real se refugia na arte.
    Muito bonito o poema.
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos com carinho

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  2. Belos versos. Um poema maravilhoso. Abraços, meu amigo. Adoro o mar e as ondas. Tenha uma boa semana.

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  3. Intenso, profundo. Gostei de ler
    .
    Saudações poéticas.

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  4. Lindo e intenso poema. Grata pela partilha. Bom dia

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  5. Apreciei a sua publicação de hoje.
    Retribuo a simpática visita que fez ao meu blog.
    Voltarei.
    Deixo um abraço

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  6. Olá, Maria
    Não conhecia este poeta brasileiro.
    Fui saber mais coisas sobre ele e vi
    que formou uma tríade em que figurava
    Olavo Bilac.
    Gostei da força do poema.
    Beijinhos
    Olinda

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