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02/12/2023

Poema de Manuel da Fonseca - O Vagabundo do Mar




Sou barco de vela e remo
sou vagabundo do mar.
Não tenho escala marcada
nem hora para chegar:
é tudo conforme o vento,
tudo conforme a maré…
Muitas vezes acontece largar o rumo tomado
da praia para onde ia…
Foi o vento que virou?
foi o mar que enraiveceu
e não há porto de abrigo?
ou foi a minha vontade
de vagabundo do mar?
Sei lá.
Fosse o que fosse
não tenho rota marcada
ando ao sabor da maré.
É por isso, meus amigos,
que a tempestade da Vida
me apanhou no alto mar.
E agora
queira, ou não queira
cara alegre e braço forte:
estou no meu posto a lutar!
Se for ao fundo acabou-se.
Estas coisas acontecem
aos vagabundos do mar.


Manuel da Fonseca
Rosa dos Ventos. Lisboa, ed. do autor, 1940



3 comentários:

  1. Hermoso poema, sobre un vagabundo en el mar, Maria. Gracias por compartir.

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  2. Boa noite de sábado, querida amiga Maria!
    "A tempestade da Vida
    me apanhou no alto mar.
    E agora
    queira, ou não queira
    cara alegre e braço forte:
    estou no meu posto a lutar!"
    Muito perfeito o poema que retrata quem ama o mar e a vida apesar dos percalços.
    Tenha um abençoado final de semana!
    Beijinhos com carinho fraterno

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  3. Olá, Maria
    Adorei encontrar aqui Manuel da Fonseca, poeta que admiro muito.
    Seguir sem rumo certo, se a tempestade nos apanhar no alto mar
    há que ter cara alegre e braço forte, com bem refere o autor.
    Beijinhos
    Olinda

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