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17/06/2023

O Vale - Poema de Olavo Bilac




Sou como um vale, numa tarde fria,
Quando as almas dos sinos, de uma em uma,
No soluçoso adeus da ave-maria
Expiram longamente pela bruma.

É pobre a minha messe. É névoa e espuma
Toda a glória e o trabalho em que eu ardia...
Mas a resignação doura e perfuma
A tristeza do termo do meu dia.

Adormecendo, no meu sonho incerto
Tenho a ilusão do prémio que ambiciono:
Cai o céu sobre mim em pirilampos...

E num recolhimento a Deus oferto
O cansado labor e o inquieto sono
Das minhas povoações e dos meus campos.


Olavo Bilac
In ‘Tarde’ (1919)




7 comentários:

  1. Olá, querida amiga Maria!
    O anoitecer é como um vale no meio do dia.
    Gostei demais do poema que não tinha lido ainda.
    Ofertar a Deus nosso recolhimento é deveras oportuno.
    Deus abençoe você e sua filha.
    Beijinhos

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  2. Uma bela escolha com Bilac neste olhar para o campo com toda sensibilidade no soneto.
    Os dois últimos versos é profunda reflexão social.
    Gostei de reler Bilac.
    Bjs e paz Maria

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  3. Tão bonito!
    Obrigada pela partilha :)
    .
    Intervalo feito dalguma amargura...
    .
    Beijos. Muita saúde, e um excelente fim de semana.

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  4. Olá Maria
    Muito lindo poema de Bilac.
    Boa noite e feliz domingo
    Beijo!

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  5. >Si la mimsa tierra agradece la Creador, qur nos queda a nosotros...seguir inclinándonos ene sa inmensa gratitud...
    Hermoso.

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  6. Vi o meu nome aí e entrei logo em êxtase! ehehe
    A linguagem poética do Olavo Bilac é delicada ! Adoro-o :)

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  7. Cada soneto seu, é uma obra de arte...
    Gostei de o ler aqui... Grata,
    Beijinho
    ~~~~~~~~

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