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10/09/2023

Saudades - Casimiro de Abreu





Nas horas mortas da noite
Como é doce o meditar
Quando as estrelas cintilam
Nas ondas quietas do mar;
Quando a lua majestosa
Surgindo linda e formosa,
Como donzela vaidosa
Nas águas se vai mirar!

Nessas horas de silêncio,
De tristezas e de amor,
Eu gosto de ouvir ao longe,
Cheio de mágoa e de dor,
O sino do campanário
Que fala tão solitário
Com esse som mortuário
Que nos enche de pavor.

Então — proscrito e sozinho —
Eu solto aos ecos da serra
Suspiros dessa saudade
Que no meu peito se encerra.
Esses prantos de amargores
São prantos cheios de dores:
— Saudades — dos meus amores,
— Saudades — da minha terra!



Casimiro de Abreu




2 comentários:

  1. Bom domingo de paz, querida amiga Maria!
    Gosto do romantismo suave de Casimiro.
    Onde uma tia já falecida morava tinha o museu dele e vários pedacinhos dos poemas dele espalhados pela cidade.
    Linda partilha.
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos

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