O cipreste inclina-se em fina reverência
e as margaridas estremecem, sobressaltadas.
A grande amendoeira consente que balancem
suas largas folhas transparentes ao sol.
Misturam-se uns aos outros, rápidos e frágeis,
os longos fios da relva, lustrosos, lisos cílios verdes.
Frondes rendadas de acácias palpitam inquietantemente
com o mesmo tremor das samambaias
debruçadas nos vasos.
Fremem os bambus sem sossego,
num insistente ritmo breve.
O vento é o mesmo:
mas sua resposta é diferente, em cada folha.
Somente a árvore seca fica imóvel,
entre borboletas e pássaros.
Como a escada e as colunas de pedra,
ela pertence agora a outro reino.
Se movimento secou também, num desenho inerte.
Jaz perfeita, em sua escultura de cinza densa.
O vento que percorre o jardim
pode subir e descer por seus galhos inúmeros:
ela não responderá mais nada,
hirta e surda, naquele verde mundo sussurrante.
Cecília Meireles
e as margaridas estremecem, sobressaltadas.
A grande amendoeira consente que balancem
suas largas folhas transparentes ao sol.
Misturam-se uns aos outros, rápidos e frágeis,
os longos fios da relva, lustrosos, lisos cílios verdes.
Frondes rendadas de acácias palpitam inquietantemente
com o mesmo tremor das samambaias
debruçadas nos vasos.
Fremem os bambus sem sossego,
num insistente ritmo breve.
O vento é o mesmo:
mas sua resposta é diferente, em cada folha.
Somente a árvore seca fica imóvel,
entre borboletas e pássaros.
Como a escada e as colunas de pedra,
ela pertence agora a outro reino.
Se movimento secou também, num desenho inerte.
Jaz perfeita, em sua escultura de cinza densa.
O vento que percorre o jardim
pode subir e descer por seus galhos inúmeros:
ela não responderá mais nada,
hirta e surda, naquele verde mundo sussurrante.
Cecília Meireles
Un bello y emotivo poema Maria.
ResponderEliminarUn abrazo y buen fin de semana.
Uma partilha simplesmente bela! :)
ResponderEliminar*
Há prosas que contam estórias
*
Beijo, e um bom fim de semana.
Assim se comprova que as árvores morrem de pé.
ResponderEliminarAbraço amigo.
Juvenal Nunes
Oi Maria amei por ter compartilhado essa linda poesia de Cecília Meireles. Bjs querida
ResponderEliminarSimplesmente maravilhoso! Adorei.
ResponderEliminarBjs
Olá Maria
ResponderEliminarCecília Meirelles dispensa qualquer comentário.
Bem diz seu amigo
"As árvores morrem de pé", o vento sopra, as borboletas voam, os pássaros pousam e cantam.
Boa semana, beijos
Uma linda escolha da Cecília com toda sua sensibilidade.
ResponderEliminarLindo o vento aos olhos de Cecilia.
Bom fim de semana para vocês.
Bjo amiga