A minha casa é concha. Como os bichos
Segreguei-a de mim com paciência:
Fachada de marés, a sonho e lixos,
O horto e os muros só areia e
ausência.
Minha casa sou eu e os meus caprichos.
O orgulho carregado de inocência
Se às vezes dá uma varanda, vence-a
O sal que os santos esboroou nos
nichos.
E telhados de vidro, e escadarias
Frágeis, cobertas de hera, oh bronze
falso!
Lareira aberta ao vento, as salas
frias.
A minha casa... Mas é outra a história:
Sou eu ao vento e à chuva, aqui
descalço,
Sentado numa pedra de memória.
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