A minha mocidade
há muito pus
No tranquilo
convento da tristeza;
Lá passa dias,
noites, sempre presa,
Olhos fechados,
magras mãos em cruz...
Lá fora, a Noite,
Satanás, seduz!
Desdobra-se em
requintes de Beleza...
E como um beijo
ardente a Natureza...
A minha cela é
como um rio de luz...
Fecha os teus
olhos bem! Não vejas nada!
Empalidece mais!
E, resignada,
Prende os teus
braços a uma cruz maior!
Gela ainda a
mortalha que te encerra!
Enche a boca de
cinzas e de terra
Ó minha mocidade
toda em flor!